- Salmo de David. Ao Eterno pertence a terra e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam.
- Pois Ele a fundou sobre os mares e sobre os rios a consolidou.
- Quem subirá ao monte do Eterno? E quem estará no Seu Santo
Lugar?
- Aquele cujas mãos são limpas e cujo coração
é puro, que não jurou em Meu Nome em vão e não prometeu falsamente,
- do Eterno receberá bênçãos, uma justa recompensa do Deus de sua salvação.
- Tal é a geração dos que a Ele se voltam, dos que buscam a Tua face, ó Deus de
Jacob.
- Erguei, ó portas, os vossos batentes; ampliai-vos,
ó portais antigos, e entrará o Rei da Glória.
- Quem
é o Rei da Glória? O Eterno, forte e poderoso, o Eterno, poderoso na batalha.
- Erguei, ó portas, os vossos batentes; sim, ampliai-vos, ó portais antigos, e entrará o Rei da
Glória.
- Quem é este Rei da Glória? O Eterno dos
exércitos, Ele é o Rei da Glória.
Salmo 24 comentado Tehilim
Este Salmo de David é um LeDavid Mizmor, ou seja: “De David, um Cântico”.
Há um post que fala sobre a diferença entre “Cântico de David” e “De David, um Cântico”.
O Salmo 24 foi composto por David assim que
o terreno para o Beit HaMikdash, o Templo Sagrado, foi comprado, e ele levantou um altar para oferecer sacrifícios de agradecimentos,
como podemos ler em II Samuel 24:18-25. Outro fato curioso é que este Salmo faz parte dos Cânticos Diários: é o cântico para
ser cantado no primeiro dia da semana, o domingo.
Três partes dividem o Salmo 24: a primeira fala da obra da Criação
e reforça que tudo pertence a Ele; a segunda nos mostra os requisitos para estar diante do altar de Deus; a terceira exalta
a Grandeza do Sagrado, bendito seja, diante do Templo.
Na primeira parte, David fala que toda a Criação pertence ao
Criador. A justificativa é simples e objetiva: “Porque Ele a assentou sobre os mares e a estabeleceu sobre os rios”.
Alguém ousaria discordar?
Na segunda parte, vemos quem é digno de ascender ao altar Divino. À primeira vista, parece
simples, mas eu diria que para estar diante do altar de Deus, somente sendo um ser totalmente desprovido de imperfeições.
Alguém é limpo de mãos quando não comete nenhum pecado. Para que isso não ocorra, o pecado não deve sequer beirar os nossos
pensamentos, o que nos leva ao segundo requisito: ser puro de coração. Na sequência, o Salmista cita dois exemplos práticos:
não entregar a alma à vaidade, e não jurar falsamente. Ele ainda demonstra sua fé, dizendo a Deus que aquela geração seria
a geração que teria tais condições. E a nossa geração, como está?
Na terceira e última parte, o Salmista nos mostra
que o Eterno, bendito seja, sempre será maior do que o Templo Sagrado, por mais santo que ele seja. Para facilitar o entendimento,
David usou as formas físicas do Templo como exemplo, dizendo-nos que, por maior que fossem suas portas (e de fato, eram),
elas precisariam crescer, esticar os batentes muito mais para que Deus, o Rei da Glória, pudesse passar por elas. Perceba
que o Salmista repete por duas vezes tal ordem, da mesma forma que exalta o Criador, bendito seja. Para mim, isso se dá porque
ele quis comparar a grandiosidade Divina com o Templo Sagrado levantado na terra, e também com o Templo Celestial, para nos
revelar que não há limites para a grandeza de Deus, seja na terra ou nos Céus.
Engrandeçamos o nome de Adonai Tzevaot,
o Eterno dos Exércitos, pois Ele é o Rei da Glória!
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